
Antes de contar boa parte de sua vida por telefone, Gusttavo Lima fez questão de colocar os pingos nos 'is'. Não guarda nenhuma semelhança com Luan Santana, gosta de esclarecer. "Há uns anos, existia muita confusão. As pessoas faziam muitas comparações. Somos muito diferentes". A pedido, cita a principal diferença entre os dois, que acampa na sonoridade: "Sou mais ligado ao sertanejo raiz e apaixonado. Ele é mais pop". A fim de eliminar qualquer dissabor pairando no ar, o cantor de 21 anos traz exemplos em tom diplomático: "Se fosse assim, se existisse já Zezé di Camargo & Luciano não poderia ter Bruno e Marrone".
Gusttavo Lima compõe as músicas que canta. Detalhe: das 22 canções gravadas em seu recente CD/DVD: "Inventor dos Amores", 16 guardam a assinatura do cantor. Ao todo, conta sem sobressaltos, escreveu aproximadante 150 músicas. Sobre o menu de assuntos abordados nas composições, lista as predileções: paixão, balada, boate, paquera, amor e, porque não, dor de corno. "Busco me inspirar em fatos reais que aconteceram comigo ou amigos próximos". Às vezes, também imagina situações. As canções gravadas, frisa em vários pontos do papo, tanto enfatizam a melancolia quanto estimulam a dançar. Proposital. "Quero fazer parte da vida das pessoas. Escutar delas, como já escuto: 'sua música conta a minha vida' ou 'começamos a namorar ouvindo você'".

Na atual turnê, Gusttavo Lima também canta: "Caso Consumado", "Revelação", "Eu te quero sim", "Arrasta", "Furacão", "Larguei de ser Besta", "Prazo de Validade", entre outras. Quanto à composição predileta, escolhe: "Inventor de Amores" ("Meu coração apaixonado atormentado em dores / Procura entre os outros, o inventor dos amores..."). Além de batizar o trabalho, a canção no DVD faz Gusttavo Lima dividir o palco com a dupla Jorge & Mateus. "Foi a música que alavancou a minha carreira". Apesar de não ter escolhido todas as canções do próximo CD, que já tem nome: "Gusttavo Lima : Fora do Comum", o cantor anuncia uma: a regravação de "Quem tem sorte, é sorteiro".

Gusttavo Lima já saboreia a fama. Nasceu em Presidente Olegário, em Minas Gerais, mas atualmente mora em Patos de Minas. "Fica complicado andar na rua", tenta trazer à fala tom de humildade. Contudo, as fãs frenéticas ainda espantam o rapaz: enquanto algumas buscam arranhar o rosto do cantor em busca de um furtivo beijo na boca, outra invadiu seu ônibus. "Cheguei lá e ela estava na minha cama. Deitada". A reação: "Tivemos que tirá-la, porque viajaríamos naquela noite ainda uns 800 quilômetros". Uma suposição: se a viagem não existisse? "Daí...", gargalha o cantor.
Começo em Folias de Reis
Antes de se tornar Gusttavo, Nivaldo começou a cantoria de forma religiosa. Ao mesmo tempo em que tocava violão na igreja para embalar o coral, o jovem entoava hinos de reis na Folia de Reis de seu pai. "Fazia a última voz, aquela bem aguda", lembra. A religiosidade católica da infância ("fui coroinha, mas nunca pensei em ser padre", destaca) ainda sobrevive. No peito, o cantor traz à mostra uma medalha de São Jorge. "Sou devoto dele. Rezo sempre antes e depois dos shows".
Influenciado pela cantoria na família, aos nove anos participou ao lado dos irmãos do Trio Remelexo. Os irmãos Lima cantavam de sertanejo à MPB. "Tocávamos em barzinhos e festas de aniversário. Precisávamos ser ecléticos", avalia. O trio não durou muito tempo. Quando se desfez, o cantor foi para Brasília. Lá, conheceu Alessandro. Em pouco tempo, os dois criaram a dupla Gustavo e Alessandro. A dupla sobreviveu seis meses. A partir de então, resolveu apostar na carreira solo. Desta vez, Gusttavo Lima, com dois "t". "Quando fui registrar o nome, já tinha um Gustavo com um 't'. Precisei colocar mais um".

0 comentários:
Postar um comentário